quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sobre maravilhas modernas



Estava eu "linda" (na vdd eu tava horrível pq tinha passado o dia todo com enxaqueca!) e tranquila chez moi, quando de repente, meus amigos do Brasil me chamam pelo Skype! Além de ter sido ótimo falar com todos eles de uma vez só ainda acabei assistindo a apresentação de um trabalho das meninas! Hahaha.... incrível, assistir minhas amigas na ESPM... O Skype na verdade, tem salvado minha vida nos últimos meses, foi com ele que conheci meu irmão (que nasceu em setembro), é ele que ajuda minha mãe a ficar mais tranquila, falar com o pessoal da fac, meus amigos que moram na Argentina, Portugal, Suíça...
O mais engraçado é imaginar que 4 anos atrás, quando eu morei na Aus, essas coisas ainda não existiam! Parece ridículo falar assim, mas é real! Não tinha wi-fi, skype, web, orkut(!), lógico que a internet (discada) que eu tinha me ajudou, mas no máximo eu postava fotos no fotolog e mandava e-mails (coisa que eu meio que odeio fazer!), 4 anos depois, cá estou, novamente em outro continente assistindo aula da faculdade de SP! Tudo acontece tão rápido que acho que nem paramos pra pensar sobre toda essa evolução da tecnologia, ela simplesmente acontece e tornou-se tão normal que nem ficamos mais surpresos. Quer dizer, eu sou meio boba e fico, principalmente quando acontecem essas coisas, e o exemplo mais tosco, que eu sempre conto mas continuo achando incrível, é minha priminha de 2 anos de idade que pede pra ver a foto na máquina digital. Tipo, agradeço por não ter tido tudo isso quando era criança, porque eu tenho certeza que tive uma infância mais interessante, eu tinha que esperar pra ver as fotos, fazia trabalho da escola com enciclopédia, mandava cartão de natal (e não e-mail), e quando usava o computador (tosco do ecritório do meu pai) uma vez por ano, era uma alegria imensa! Mais uma vez pessoas, não me interpretem de forma errada, não estou reclamando, de forma alguma, mas acho que as crianças deveriam ter acesso a certas coisas depois de certa idade, pra aprenderem a interagir com seres humanos antes de iteragirem com computadores! Se não, daqui a pouco, elas ficarão que nem eu e meus amigos da faculdade, 8 pessoas na mesma sala, cada uma com seu laptop, conversando por MSN... c'est bizarre!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Nöel*

Após alguns dias de procura, achei minha árvore de natal! Ela é petite, mas eu adorei!
Pelo menos minha casa ficou mais enfeitadinha...e eu me sinto mais em clima de natal...

Hoje fui pra uma parte totalmente diferente da cidade, La Defense, ou a famosa "parte nova" de Paris! Indescritível, parece que você saiu da cidade luz e foi pra um episódio dos Jetsons... Na parte mais alta tem o Grande Arche, que dá pra ver lááá no fundo o Arche du Triomphe, que é uma miniatura perto dessa sua vesão modernosa. Prédios transparentes, com luzes que mudam de cor, espelhados, um shopping GIGANTE (e olha que eu sou rata de shopping...), e várias esculturas espalhadas pela área. Fiquei meio boba a princípio, aquela modernidade toda te deixa meio desnorteado! Apesar de bem bonita, foge muito da imagem clássica de Paris, por isso quase não se vê turistas por ali, e sim milhaaares de pessoas que trabalham em todos esses prédios futurísticos. 
De qualquer forma, fui com uma amiga lá pra ver se achávamos alguma coisa no Marché de Nöel, mas acabeu chegando a conclusão que isso é uma puta enganação! Supostamente tem coisas de diversos países da Europa e arredores, mas na real é um camelódromo embrulhadinho pra natal. Só tranqueira, e as únicas coisa bonitas custam uma fortuna, aliás até o crêpe lá custa o  dobro do preço! Entonces Isabelle e eu decidimos ir pro shopping, fazer o que né?! Por incrível que pareça, eu só comprei minha arvorezinha e umas luzinhas, ah! e uma maçaneta porque as da minha casa estavam quebradas (aliás, quem precisar, quando eu voltar vou começar a fazer trabalhos domésticos, só chamar! hahaha). 
(Devido aos meus altos gastos recentes, presentes de Natal serão comprados depois do dia de Reis, c'est à dire: SALE time)! 
Donc, a bientôt mes amours...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Não importa onde...

Luzes na Champs Elysées, les Grands Magazins (Galeries Lafayette, Printemps, BHV...) já decorados, presentes sendo comprados, competição de ruas iluminadas, marché de Nöel com suas cabanas brancas fofas... proliferação de mendigos com seus cachorros, gatos e coelhos e, pessoas batendo à sua porta pra vender coisas! Isso resume minha primeira impressão da época de festas na França! A seguir, alguns fatos curiosos dos últimos dias...
Da primeira vez que tocaram minha campainha fui inocentemente atender, não estava esperando ninguém, e para entrar é preciso interfonar pra eu abrir as portas de lá de baixo... mas, vai saber né! Bom, me deparo com 2 pessoas vendendo calendários de 2009. Non, merci. Fiquei dias me perguntando como essas pessoas tinham entrado aqui, mas tudo bem... uns dois dias atrás, de novo, campainha, e eu bobamente fui atender: um cara, bem simples, com um folhetinho de feliz ano novo e fica com uma cara de dó aguardando que você lhe dê dinheiro! Non, merci encore une fois! Porra, em SP tem gente pedidno dinheiro também, mas pelo menos em casa, estamos livres. Aqui, além de todos que estão espalhados pelo metro e pelas ruas, ainda somos invadidos em nossas próprias casas! Como boa paulistana, comecei a ficar com medo, mamãe sempre me ensinou a não abrir a porta para estranhos (hehehe)! Isso no Brasil seria impossível.... mas aqui tudo acontece... e mesmo tendo todas suas qualidades, Paris tem diversos defeitos, sendo a pobreza um deles. En fait, tão presente que um amigo meu está fazendo umas fotos incríveis sobre essa diferença toda, como uma cidade tão linda pode ter tanta gente na rua dessa forma?! E, o mais 'interessante' é que quase não vemos crianças, mas sim animais sendo utilizados para despertar a dó das pessoas, que nesse frio, têm mais dó dos cachorrinhos do que das próprias pessoas que estão ao seu lado. 
Mesmo com essas diferenças, não deixa de ser pobreza, mas acho que nós, pessoas modernas, já estamos habituadas com tudo isso, e nada nos choca, nada nos assusta, nada nos comove. Triste, porém real e, infelizmente, presente em qualquer parte do mundo...

domingo, 23 de novembro de 2008

This is the story of a girl....

Uma menina cheia de planos e sonhos. Uma menina que, como qualquer outro ser humano, teve seus traumas de infância, seus momentos de rebeldia quando adolescente, e uma fase de absoluta confusão na transição praquela tal de vida adulta. Mas ela também teve seus momentos de alegria, diversão e aventura. 
Ela é complicada, não gosta de todo mundo, e muitas vezes se julga melhor que os outros, mas ela tem um bom coração, e acaba dando uma chance pras pessoas a surpreenderem, o que algumas vezes acontece, outras não. Ela é teimosa e detesta estar errada, por isso tenta estar certa na maior parte do tempo... Gosta de planejar e organizar as coisas, vive arrumando tudo pra todo mundo, viagens, malas, day trips, ajuda com a lição de casa... mas nada disso a aborrece, muito pelo contrário, ela adora tudo isso! Ela é uma pessoa que gosta de se sentir útil e saber que não está fazendo as coisas em vão, e além de tudo, ela a-d-o-r-a que os outros "precisem" dela.
Ela é uma menina que tem muita sorte, porque gosta muito de viajar, e já teve a oportunidade de conhecer lugares incríveis. Mas sua sorte vai além, ela tem pais lindos que a amam, mesmo que não se amem mais; ela tem uma irmã que é sua melhor amiga, e um irmão que ainda nem conhece, mas é virginiano, portanto deve ser perfeito! 
Ela nunca foi a mais bonita de todas, nem a mais inteligente, muito menos a mais querida e popular, mas ela sempre tentou ser fiel à seus princípios e seus valores. Nunca foi de muitos amigos, mas sempre valorizou aqueles que estavam ao seu lado. Aliás, ela pode não ter milhares de amigos mas tem amigos pra vida toda, o que, pra ela, é mais importante. Também tem aquelas pessoas que entraram e saíram de sua vida, mas hoje, ela não sofre mais com isso porque sabe que jamais esquecerá essas pessoas, e se elas não estam mais presentes em sua vida é porque não devem estar. 
Apesar de tantas coisas boas em sua vida, essa menina chora de vez em quando. Ela fica muito triste, mas sabe que isso vai passar, pois já passou uma vez, e não vai ser agora que isso vai dominá-la. Mas ela já aprendeu que não adianta querer que essa tristeza suma de vez, pois ela vai durar o necessário pra lhe ensinar alguma coisa. Ela reclama sempre, mas sabe que se não se mexer não vai ter tudo aquilo que tanto deseja. Aliás, por desejar muita coisa, ela acaba se perdendo às vezes, mas basta um tempinho de reflexão e ela já consegue ver mais claramente.
Essa menina ainda tem muito pra aprender, e espera que consiga aprender tudo aquilo que quer...
to be continued...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Les simples choses...

Venho, finalmente, atualizar este blog para contar à todos que franceses não são arrogantes! Tá, tem aqueles que o são, como também tem brasileiros, ingleses, italianos e espanhóis. Hoje, estava com um humor bem peculiar, devido a minha adorada TPM, e decidi ir almoçar no meu lugar 'preferido' daqui e ir ver um filme. Bom, como já sou relativamente conhecida no restaurante, fui muito bem tratada, elogiada, e ainda por cima, comi muito bem! Só até esse momento meu dia já estava muito melhor! Daí, fui ver um filme francês "J'irais dormir à Hollywood", que é basicamente a história de um cara francês que parte para os EUA com duas câmeras e sai a falar com as pessoas e se convida para ir na casa delas (detalhe, que isso é um programa super célébre daqui!). Fazia muito tempo que não ria tanto com um filme! O cara é genial e suuuuper simpático (o que prova minha teoria de que franceses não são chatos)! É incrível como as pessoas conversam, se abrem, chamam pra jantar e realmente abrigam aquele desconhecido em suas casas! Além de ser um francês agreable, mostra um povo americano muito diferente daquele que conhecemos pela TV. Juro, que mesmo indo sempre pros EUA, fiquei surpresa com as histórias das pessoas. Gente comum, uns que não têm nada, outros que tinham tudo, mas acabram perdendo esse tudo num piscar de olhos, mas é gente comum, sem estereótipos. Sinceramente, um dos filmes mais legais que vi nos últimos tempos, peca um pouco na edição, por não mostrar muitas partes das conversas, mas incrível anyway.
Aliás, o pessoal colombiano da minha sala (aqueles que me irritavam um tempo atrás) fez uma apresentação do país deles segunda feira, e eu percebi como todos nós somos marcados de certa forma. Da mesma forma que nós, brasileiros, somos reconhecidos no mundo todo pelo futebol e pelo samba (na maior parte das vezes), eles são reconhecidos pelas drogas e guerrilhas. Achei muito triste, e pela primeira vez acho que compreendi aquelas meninas. É foda ser previamente julgado seja como festeiro, drogado, arrogante, ignorante, ou seja qual for a label! Aqui na Europa eles são muito patriotas, cada país que você visita é o melhor ou mais bonito, e eles estão sempre prontos pra falar mal de seus vizinhos, mas pelo menos não são como nós que não damos valor nem pro nosso próprio país! Não acredito que eles estejam muito certos, mas nós também estamos longe de ser. 
Acabei de me lembrar de outro fato interessante... Ontem fui à um jogo de futebol: França x Uruguay, e acho que, frequentar estádios seria uma boa tese para um sociólogo (fica a dica)! Donc, estávamos nós, quatro brasileiros, no meio de um Stade de France abarrotado de franceses, e foi engraçado assistir àquilo, por que, só pra começar: os lugares eram marcados (no estádio inteiro!). Segundo, todos ficam sentados e o máximo de ação durante a partida é a "ola", ou alguns segundos de "Allez les bleues" sendo entoado pelo estádio todo, sem contar que quando acontece alguma coisa muuuuito importante como uma bola ao gol, ou falta (que aliás, tiveram umas 5, no jogo TODO) as pessoas batem palmas. Ninguém grita. Ninguém xinga em voz extremamente alta. Ninguém "nada". Para brasileiros, aquilo era bizarro mas, pra mim, totalmente aceitável, afinal é a cultura deles! Na Austrália era pior, eles só abriam a boca pra cantar o hino do time, no fim do jogo. Enfim, enquanto os outros reclamavam de tanta 'calma', eu achava tudo aquilo interessante, uai, cada um com a sua maneira de torcer! Não significa que nós amamos mais, ou menos, o futebol; somos, simplesmente, um povo mais caloroso ponto final. Isso também não nos faz melhor ou piores que eles, só diferentes!
Voilá, pra finalizar toda minha filosofia e, fique bem claro, que serei totalmente utópica nesse momento, seria muito mais interessante se todos fossem mais abertos para compreender cada modo de vida, cultura, passado e presente de cada povo, pois tudo seria mais fácil, por que é muito difícil já ser julgado antes de te conhecerem. Não, não sou boba e penso que todos deveríamos dar as mãos e cantar uma linda canção de paz, mas apenas um pouco menos de preconceito e mais mente aberta já seria suficiente...
Agora, je me vais parce que aujourd'hui est le jour de la sortie du Beaujolais Nouveau, um dos vinhos mais queridos aqui, e eu vou degustar o meu e sonhar com o meu mundo perfeito... Ciao!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Antes e depois

Acordei no meio da noite, como de costume, e comecei a pensar o que eu estava fazendo. Minha cabeça até doeu de tanto procurar motivos pra justificarem tudo isso. Depois de descartar todos os motivos plausíveis e racionais, cheguei a conclusão de que, algumas coisas, aliás, muitas, não precisam ter sentido; elas apenas devem ser. Eu vivo procurando motivo pra tudo, culpa desse meu gênio virginiana com ascendente em virgem, e me esqueço que tem muitas outras coisas pra aproveitar enquanto eu penso e me preocupo tanto!
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Tentar, se arriscar, se jogar. Pode acabar não dando certo, mas pelo menos eu posso dizer que tentei. Pelo menos, eu não vou ficar me perguntando como "teria sido se..." Quebrar a cara faz parte da vida, nos faz crescer... nada mais útil pra esse momento de minha existência...