Da primeira vez que tocaram minha campainha fui inocentemente atender, não estava esperando ninguém, e para entrar é preciso interfonar pra eu abrir as portas de lá de baixo... mas, vai saber né! Bom, me deparo com 2 pessoas vendendo calendários de 2009. Non, merci. Fiquei dias me perguntando como essas pessoas tinham entrado aqui, mas tudo bem... uns dois dias atrás, de novo, campainha, e eu bobamente fui atender: um cara, bem simples, com um folhetinho de feliz ano novo e fica com uma cara de dó aguardando que você lhe dê dinheiro! Non, merci encore une fois! Porra, em SP tem gente pedidno dinheiro também, mas pelo menos em casa, estamos livres. Aqui, além de todos que estão espalhados pelo metro e pelas ruas, ainda somos invadidos em nossas próprias casas! Como boa paulistana, comecei a ficar com medo, mamãe sempre me ensinou a não abrir a porta para estranhos (hehehe)! Isso no Brasil seria impossível.... mas aqui tudo acontece... e mesmo tendo todas suas qualidades, Paris tem diversos defeitos, sendo a pobreza um deles. En fait, tão presente que um amigo meu está fazendo umas fotos incríveis sobre essa diferença toda, como uma cidade tão linda pode ter tanta gente na rua dessa forma?! E, o mais 'interessante' é que quase não vemos crianças, mas sim animais sendo utilizados para despertar a dó das pessoas, que nesse frio, têm mais dó dos cachorrinhos do que das próprias pessoas que estão ao seu lado.
Mesmo com essas diferenças, não deixa de ser pobreza, mas acho que nós, pessoas modernas, já estamos habituadas com tudo isso, e nada nos choca, nada nos assusta, nada nos comove. Triste, porém real e, infelizmente, presente em qualquer parte do mundo...
2 comentários:
caracas essa de bater na porta de casa eh inédita!! se a moda pega no brasil.........
me manque de ma soeur !! ta certo ??
beijoo
pois é. quando estava aí, um professor meu disse que grande parte deles são charlatães, muitos deles mentem pra tirar dinheiro dos outros. e ele disse que uma prova disso seria um teste, disse pra que qualquer um de nós, nos sentasse no metro com um boné virado na frente e esperasse. Na metade do dia, o boné estaria cheio. Bom, eu não fiz o teste (lógico), mas me deparei com diversas pessoas extremamente bem vestidas, algumas jovens, outras velhas que se usavam desta estratégia.
Vi ainda alguns outros que pareciam querer chocar com a escassez de palavras. Um homem no metrô com uma simples placa de papelão com os dizeres "J'ai faim" e um pote cheio de moedas na frente.
Outra coisa que o professor disse foi que muitos deles, mesmo aqueles que moram nas ruas, não querem sair de lá. Mesmo quando lhes é oferecido um abrigo com cama e alimentação.
Uma cena engraçada era a de um mendigo na Place Victor Hugo, onde ficava minha escola. Ele tinha uma barraca, onde dormia com seu cachorro e por mais de uma vez, ele estava dentro da barraca aquecido e do lado de fora uma tigela com uma plaquinha escrito "Merci", ele não se dava ao trabalho nem de ficar no frio!
meu deus! que comentario gigante, quase um post! hahahaha
saudade de vc, cara. demais!
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