segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Louvre...blah!

Após quase 5 meses morando em Paris, hoje, eu finalmente fui ao Louvre. Posso dizer que foi uma das coisas mais chatas que fiz nos últimos tempos! Eu realmente não tinha vontade de ir, mas mamãe ia me matar se eu não fosse, afinal, ela iria todos os dias (piadinha interna!)... 
Além de ser ridiculamente grande, esse museu é estupidamente lotado, com crianças correndo por todos os lados. Terrível! Apesar de ter um acervo absurdamente vasto e rico, aquilo perde seu real valor, pois parece mais um parque do que um museu. Sem contar a palhaçada que é em volta da estátua "Vênus de Milo", da múmia, e da famosa Mona Lisa! Tem uns 3 seguranças em volta da Gioconda, todo mundo tirando foto, e acho que na verdade ninguém nem olha direito pro quadro, aliás, ninguém sabe exatamente porque está olhando tanto pra esse quadro. Isso pra mim é pura ignorância, e foi essa minha impressão do célebre Musée du Louvre: um reduto de ignorantes. Um lugar que tem tanto pra oferecer mas totalmente banalizado devido à sua fama. Odiei.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Amsterdam além de Coffe shops...

Acabo de voltar de Amsterdam, e devo dizer o quanto essa pequena cidade me surpreendeu... Sendo famosa pela legalização da maconha, nunca tinha ouvido nada além de "Noooossa, é o paraíso", "Nem lembro o que fiz em Amsterdam", "Coffe shop", "Coffe Shop", "Coffe Shop".... E, posso dizer, com muito orgulho, que existe muito mais do que cannabis nesse adorável lugar e eu lembro de tudo que fiz. Uma cidade completamente dominada por bicicletas, com seus canais, pessoas incrivelmente gentis, museus, muita história e ruas que parecem todas iguais! No primeiro dia olhei o mapa e imaginei que nunca ia conseguir conhecer tudo que queria, mas depois de algumas horas andando percebi que já tinha conhecido metade da cidade! Nos outros dois dias tive o prazer de andar mais e conhecer o museu Van Gogh, o museu da Heineken, a Dam (praça central), a casa da Anne Frank (arrepiante!), um Madame Toussad (que eu nunca tinha ido!), o famoso Red Light District com suas prostitutas em vitrines, o Flower Market e, obviamente, um coffe shop!
Preciso dizer que é uma das cidades mais lindas em que já estive, e que tem muito mais charme e conteúdo do que maconha! Passei o primeiro dia sozinha e andava pela rua achando que estaria na Jamaica (desculpa o clichê, mas achei que só ia ver pessoas fumando por todos os lados!), mas logo percebi que Amsterdam tinha muito mais. Vi uma cidade completamente diferente daquilo que haviam me falado, onde é mais fácil ser atropelado por uma bicicleta do que por um carro, cheia de flores mesmo no inverno, com mais imigrantes indianos que a França, um fascínio por restaurantes argentinos, e pessoas que falam inglês em todos os lugares, mesmo não sendo sua língua materna. Uma cidade pequena mas com muito conteúdo. ADOREI. Fica a dica!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Packing up


Meu maior pesadelo está se realizando nesse momento.
Como amanhã vou pra Amsterdam, e assim que voltar minha irmã já chega e começamos a viajar, resolvi arrumar minhas malas. Pera, isso até merece uma foto pra vcs entenderem o drama. <<...>>
Pronto, foto tirada, agora fica mais fácil pra entender por que eu to tendo um CHILIQUE! Já to até vendo a cara da minha mãe vendo essa foto: "BEATRIZ HELENA, você não tem vergonha de ser assim?!" O pior é que vergonha eu não tenho, tenho preguiça mesmo... tenho vontade de deixar tudo aqui e ir embora só com o essencial (que na verdade meu "essencial" já ia ocupar umas 2 malas!). Fico impressionada como um ser humano tão pequeno consegue acumular tanta coisa em 5 meses! Quando voltei da Austrália também foi assim, mas achei que estava mais madura, crescida e não ia passar por isso de novo! HA HA HA. Apesar do meu consumismo por roupas, eu percebi que sou incrivelmente consumista pra livros, cds, dvds e outras coisas que ocupam muito espaço e são pesadas... Em poucas palavras: tô fudida. Não sei se choro ou saio correndo, mas como nenhuma das anteriores vai resolver meu caso, vou ter que encarar essa tralha toda. 
Aiiiii, não quero parar de escrever pra não ter que começar.... saco. Tá, então vou contar a segunda parte do drama "malas"... Da França para o Brasil tenho direito a duas malas de 32kg cada, e como Bá estará comigo não tem problema algum, mas inventamos de viajar antes disso, e em vôos dentro da União Européia só é permitida uma mala de 20 kg. Questão do dia (quem resolver ganha um prêmio): aonde eu vou deixar os outros 80kg enquanto eu dou um rolê pela Europa?! Pois... até ia pedir pro dono do meu apto pra deixar por aqui, mas no momento ele está muito puto comigo pela irresponsabilidade de "terceiros", então acho que descartamos essa possibilidade... todos meus amigos que moram aqui e poderiam cuidar das minhas malinhas voltarão para seus respectivos países para o Natal, outra possibilidade descartada...
aiiiiiiiiiiiiiiiiiii.....
Bom, agora não tenho mais escolha, tchau gente, wish me luck...

(ps: a foto está mostrando apenas metade do meu quarto. tem outra parte tão cheia quanto essa.)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Feijoada

Voilá, esses aí são aqueles que têm me acompanhado nas últimas semanas. Cada um de um canto, mas todos incríveis. O Joe e a Izzie são namorados, têm 27 anos e são super ingleses, e o Joseph tem 18 anos, morava na China e agora faz moda em Paris! Passo minhas manhãs com a Izzie na escola, e minhas tardes com o Joseph no Marais, andando, tomando café e fazendo compras! Anyway, ontem fomos ao Corcovado, um restaurante brasileiro que fica ao lado da minha casa... Joe devorou seu bife acebolado com arroz e feijão preto e nós comemos feijoada, e todos adoraram nossa comidinha! A Izzie se apaixonou pela caipirinha (com cachaça!!!), que, aliás, é preparada por um francês, apaixonado pelo Brasil (e por uma brasileira), que faz as melhores caipirinhas do mundo!
Tomei guaraná e comi coxinha, além de dar uma aula sobre o Brasil! Foi muito gostoso... tentar explicar pra uma sueca, um inglês e um chinês o que é meu país... sinceramente, indescritível. 
Esses meus amigos vão continuar aqui por mais alguns anos, e espero ter a oportunidade de voltar pra cá para visita-los, massss, apesar do clima nostálgico, eu ainda estou aqui (!) e semana que vem é aniversário da Izzie e nossa despedida antes deles voltarem para suas respectivas casas foe the holidays... E, da chegada da Bá pro meu Natal e minhas férias!!!!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Presque fini...

Toda semana na escola o prof pergunta quem vai "partir cette semaine"... e chegou minha vez de dizer "moi"! Acho que, como sempre, ainda não percebi que vou embora daqui a pouco... Eu demoro pra perceber as coisas, sabe... Demorei pra aceitar que tava aqui e agora acho que vou demorar pra perceber que to indo embora... Mas, se tem uma coisa mais positiva desse intercâmbio em comparação ao anterior, é que eu não estou sofrendo loucamente por estar acabando. Lógico que estou triste, afinal AMO morar aqui, mas acho que dessa vez já vim mais preparada sabendo que uma hora ia acabar. Acho, também, que não estabeleci tantos laços como no anterior... Se bem que, nas últimas semanas tenho me empenhado a ser mais "aberta" aos outros... tenho me esforçado mais do que nunca pra ser simpática. Mas, decidi, não sou aberta quando não quero ser. Et, ça marche comme ça! Tenho o defeito de sempre achar que a errada da história sou eu e esquecer que, talvez, eu simplesmente esteja procurando nos lugares errados, tentando demais com quem não vale a pena. Eu realmente gostaria de ter uma vida "real" aqui, porque se tivesse, não iria embora não... Mais, peut être la prochaine fois! Quem sabe da próxima vez eu não venha pra ficar, pra trabalhar, pra deixar de depender de papai, pra ter uma vida real (daquelas que ninguém fica achando que eu tô aqui só de férias...)
Tá acabando, mas durou aquilo que tinha que durar pra me fazer perceber o quanto eu mudei, o quanto eu ainda preciso mudar, durou o necessário pra me fazer ver o quanto sou capaz de fazer tudo aquilo que quero. Espero não esquecer de tudo que passei por aqui... 
Mas, ainda não acabou... aliás, experiência do dia: vou levar os gringos pra comer feijoada! Hehehe... depois conto o resultado... e, amanhã, provinha na escola! ai,ai,ai, como vou sentir falta de falar que vou pra escola...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Cinza por cinza....

Fui à Londres outro dia e voltei maravilhada, dizendo que se pudesse eu faria minhas malas e mudava pra lá no instante seguinte! Todo mundo falou que eu era louca, que Paris era muito melhor, que o tempo em Londres é cinza demais, frio demais, bla bla bla demais... Pois, cá estou na cidade "perfeita" onde faz, nem sei mais quantos dias, que não vejo o sol. Paris está cinza desde que começou o outono, e a tendência é piorar, devido à chegada do inverno... Mas, todo mundo continua amando essa cidade. Não me incluo fora dessa parcela da população, mas me pergunto às vezes o que é que Paris tem de tão especial?! Todo mundo sempre fala "ai, que inveja de vc!" mas todo mundo esquece que não estou aqui durante uma semana de férias... ou seja, tem uma hora que a magia vira rotina... Não trabalho, não estudo loucamente, então é uma rotina mais "leve", mas não deixa de ser rotina, com dias que eu não quero sair de casa, dias que prefiro sair de casa por causa da bagunça... dias sem jantar porque tá mto frio pra ir ao supermercado... enfim, toda aquela preguiça natural do ser humano (ou, do meu ser, pelo menos). 
Acho que Paris tem algum mistério que encanta a todos, dificilmente alguém não gosta daqui, mas por não conseguir descobrir o que é esse tal ingrediente secreto me pergunto se não superestimamos a cidade... tipo, você já chega aqui gostando do lugar! Acho que Paris teve uma excelente divulgação, e um ótimo "boca a boca" que a transformou nesse fenômeno todo! Hahaha... Sério, todas as cidades têm um pouco disso, se todo mundo fala bem de um lugar você já chega lá meio que gostando, se todos falam mal, já chegamos com um pé atrás, e como queremos nos sentir "normais" acabamos por concordar com os outros... Todo mundo tem que não gostr de Londres por ser cinza, amar Berlim por ser destruída e moderna ao mesmo tempo, detestar os parisienses pela falta de educação deles, amar Veneza por ela estar afundando, não ver "nada de mais" em Bruxellas, querer morar em Amsterdam por poder fumar maconha na rua... e assim por diante.... Acho que cada cidade tem seu estereótipo, e acabamos por ceder à eles por ser mais prático, mas acredito que cada lugar tem seu próprio encanto, basta saber como e onde olhar pra podermos ver além do que "me disseram"...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sobre maravilhas modernas



Estava eu "linda" (na vdd eu tava horrível pq tinha passado o dia todo com enxaqueca!) e tranquila chez moi, quando de repente, meus amigos do Brasil me chamam pelo Skype! Além de ter sido ótimo falar com todos eles de uma vez só ainda acabei assistindo a apresentação de um trabalho das meninas! Hahaha.... incrível, assistir minhas amigas na ESPM... O Skype na verdade, tem salvado minha vida nos últimos meses, foi com ele que conheci meu irmão (que nasceu em setembro), é ele que ajuda minha mãe a ficar mais tranquila, falar com o pessoal da fac, meus amigos que moram na Argentina, Portugal, Suíça...
O mais engraçado é imaginar que 4 anos atrás, quando eu morei na Aus, essas coisas ainda não existiam! Parece ridículo falar assim, mas é real! Não tinha wi-fi, skype, web, orkut(!), lógico que a internet (discada) que eu tinha me ajudou, mas no máximo eu postava fotos no fotolog e mandava e-mails (coisa que eu meio que odeio fazer!), 4 anos depois, cá estou, novamente em outro continente assistindo aula da faculdade de SP! Tudo acontece tão rápido que acho que nem paramos pra pensar sobre toda essa evolução da tecnologia, ela simplesmente acontece e tornou-se tão normal que nem ficamos mais surpresos. Quer dizer, eu sou meio boba e fico, principalmente quando acontecem essas coisas, e o exemplo mais tosco, que eu sempre conto mas continuo achando incrível, é minha priminha de 2 anos de idade que pede pra ver a foto na máquina digital. Tipo, agradeço por não ter tido tudo isso quando era criança, porque eu tenho certeza que tive uma infância mais interessante, eu tinha que esperar pra ver as fotos, fazia trabalho da escola com enciclopédia, mandava cartão de natal (e não e-mail), e quando usava o computador (tosco do ecritório do meu pai) uma vez por ano, era uma alegria imensa! Mais uma vez pessoas, não me interpretem de forma errada, não estou reclamando, de forma alguma, mas acho que as crianças deveriam ter acesso a certas coisas depois de certa idade, pra aprenderem a interagir com seres humanos antes de iteragirem com computadores! Se não, daqui a pouco, elas ficarão que nem eu e meus amigos da faculdade, 8 pessoas na mesma sala, cada uma com seu laptop, conversando por MSN... c'est bizarre!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Nöel*

Após alguns dias de procura, achei minha árvore de natal! Ela é petite, mas eu adorei!
Pelo menos minha casa ficou mais enfeitadinha...e eu me sinto mais em clima de natal...

Hoje fui pra uma parte totalmente diferente da cidade, La Defense, ou a famosa "parte nova" de Paris! Indescritível, parece que você saiu da cidade luz e foi pra um episódio dos Jetsons... Na parte mais alta tem o Grande Arche, que dá pra ver lááá no fundo o Arche du Triomphe, que é uma miniatura perto dessa sua vesão modernosa. Prédios transparentes, com luzes que mudam de cor, espelhados, um shopping GIGANTE (e olha que eu sou rata de shopping...), e várias esculturas espalhadas pela área. Fiquei meio boba a princípio, aquela modernidade toda te deixa meio desnorteado! Apesar de bem bonita, foge muito da imagem clássica de Paris, por isso quase não se vê turistas por ali, e sim milhaaares de pessoas que trabalham em todos esses prédios futurísticos. 
De qualquer forma, fui com uma amiga lá pra ver se achávamos alguma coisa no Marché de Nöel, mas acabeu chegando a conclusão que isso é uma puta enganação! Supostamente tem coisas de diversos países da Europa e arredores, mas na real é um camelódromo embrulhadinho pra natal. Só tranqueira, e as únicas coisa bonitas custam uma fortuna, aliás até o crêpe lá custa o  dobro do preço! Entonces Isabelle e eu decidimos ir pro shopping, fazer o que né?! Por incrível que pareça, eu só comprei minha arvorezinha e umas luzinhas, ah! e uma maçaneta porque as da minha casa estavam quebradas (aliás, quem precisar, quando eu voltar vou começar a fazer trabalhos domésticos, só chamar! hahaha). 
(Devido aos meus altos gastos recentes, presentes de Natal serão comprados depois do dia de Reis, c'est à dire: SALE time)! 
Donc, a bientôt mes amours...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Não importa onde...

Luzes na Champs Elysées, les Grands Magazins (Galeries Lafayette, Printemps, BHV...) já decorados, presentes sendo comprados, competição de ruas iluminadas, marché de Nöel com suas cabanas brancas fofas... proliferação de mendigos com seus cachorros, gatos e coelhos e, pessoas batendo à sua porta pra vender coisas! Isso resume minha primeira impressão da época de festas na França! A seguir, alguns fatos curiosos dos últimos dias...
Da primeira vez que tocaram minha campainha fui inocentemente atender, não estava esperando ninguém, e para entrar é preciso interfonar pra eu abrir as portas de lá de baixo... mas, vai saber né! Bom, me deparo com 2 pessoas vendendo calendários de 2009. Non, merci. Fiquei dias me perguntando como essas pessoas tinham entrado aqui, mas tudo bem... uns dois dias atrás, de novo, campainha, e eu bobamente fui atender: um cara, bem simples, com um folhetinho de feliz ano novo e fica com uma cara de dó aguardando que você lhe dê dinheiro! Non, merci encore une fois! Porra, em SP tem gente pedidno dinheiro também, mas pelo menos em casa, estamos livres. Aqui, além de todos que estão espalhados pelo metro e pelas ruas, ainda somos invadidos em nossas próprias casas! Como boa paulistana, comecei a ficar com medo, mamãe sempre me ensinou a não abrir a porta para estranhos (hehehe)! Isso no Brasil seria impossível.... mas aqui tudo acontece... e mesmo tendo todas suas qualidades, Paris tem diversos defeitos, sendo a pobreza um deles. En fait, tão presente que um amigo meu está fazendo umas fotos incríveis sobre essa diferença toda, como uma cidade tão linda pode ter tanta gente na rua dessa forma?! E, o mais 'interessante' é que quase não vemos crianças, mas sim animais sendo utilizados para despertar a dó das pessoas, que nesse frio, têm mais dó dos cachorrinhos do que das próprias pessoas que estão ao seu lado. 
Mesmo com essas diferenças, não deixa de ser pobreza, mas acho que nós, pessoas modernas, já estamos habituadas com tudo isso, e nada nos choca, nada nos assusta, nada nos comove. Triste, porém real e, infelizmente, presente em qualquer parte do mundo...

domingo, 23 de novembro de 2008

This is the story of a girl....

Uma menina cheia de planos e sonhos. Uma menina que, como qualquer outro ser humano, teve seus traumas de infância, seus momentos de rebeldia quando adolescente, e uma fase de absoluta confusão na transição praquela tal de vida adulta. Mas ela também teve seus momentos de alegria, diversão e aventura. 
Ela é complicada, não gosta de todo mundo, e muitas vezes se julga melhor que os outros, mas ela tem um bom coração, e acaba dando uma chance pras pessoas a surpreenderem, o que algumas vezes acontece, outras não. Ela é teimosa e detesta estar errada, por isso tenta estar certa na maior parte do tempo... Gosta de planejar e organizar as coisas, vive arrumando tudo pra todo mundo, viagens, malas, day trips, ajuda com a lição de casa... mas nada disso a aborrece, muito pelo contrário, ela adora tudo isso! Ela é uma pessoa que gosta de se sentir útil e saber que não está fazendo as coisas em vão, e além de tudo, ela a-d-o-r-a que os outros "precisem" dela.
Ela é uma menina que tem muita sorte, porque gosta muito de viajar, e já teve a oportunidade de conhecer lugares incríveis. Mas sua sorte vai além, ela tem pais lindos que a amam, mesmo que não se amem mais; ela tem uma irmã que é sua melhor amiga, e um irmão que ainda nem conhece, mas é virginiano, portanto deve ser perfeito! 
Ela nunca foi a mais bonita de todas, nem a mais inteligente, muito menos a mais querida e popular, mas ela sempre tentou ser fiel à seus princípios e seus valores. Nunca foi de muitos amigos, mas sempre valorizou aqueles que estavam ao seu lado. Aliás, ela pode não ter milhares de amigos mas tem amigos pra vida toda, o que, pra ela, é mais importante. Também tem aquelas pessoas que entraram e saíram de sua vida, mas hoje, ela não sofre mais com isso porque sabe que jamais esquecerá essas pessoas, e se elas não estam mais presentes em sua vida é porque não devem estar. 
Apesar de tantas coisas boas em sua vida, essa menina chora de vez em quando. Ela fica muito triste, mas sabe que isso vai passar, pois já passou uma vez, e não vai ser agora que isso vai dominá-la. Mas ela já aprendeu que não adianta querer que essa tristeza suma de vez, pois ela vai durar o necessário pra lhe ensinar alguma coisa. Ela reclama sempre, mas sabe que se não se mexer não vai ter tudo aquilo que tanto deseja. Aliás, por desejar muita coisa, ela acaba se perdendo às vezes, mas basta um tempinho de reflexão e ela já consegue ver mais claramente.
Essa menina ainda tem muito pra aprender, e espera que consiga aprender tudo aquilo que quer...
to be continued...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Les simples choses...

Venho, finalmente, atualizar este blog para contar à todos que franceses não são arrogantes! Tá, tem aqueles que o são, como também tem brasileiros, ingleses, italianos e espanhóis. Hoje, estava com um humor bem peculiar, devido a minha adorada TPM, e decidi ir almoçar no meu lugar 'preferido' daqui e ir ver um filme. Bom, como já sou relativamente conhecida no restaurante, fui muito bem tratada, elogiada, e ainda por cima, comi muito bem! Só até esse momento meu dia já estava muito melhor! Daí, fui ver um filme francês "J'irais dormir à Hollywood", que é basicamente a história de um cara francês que parte para os EUA com duas câmeras e sai a falar com as pessoas e se convida para ir na casa delas (detalhe, que isso é um programa super célébre daqui!). Fazia muito tempo que não ria tanto com um filme! O cara é genial e suuuuper simpático (o que prova minha teoria de que franceses não são chatos)! É incrível como as pessoas conversam, se abrem, chamam pra jantar e realmente abrigam aquele desconhecido em suas casas! Além de ser um francês agreable, mostra um povo americano muito diferente daquele que conhecemos pela TV. Juro, que mesmo indo sempre pros EUA, fiquei surpresa com as histórias das pessoas. Gente comum, uns que não têm nada, outros que tinham tudo, mas acabram perdendo esse tudo num piscar de olhos, mas é gente comum, sem estereótipos. Sinceramente, um dos filmes mais legais que vi nos últimos tempos, peca um pouco na edição, por não mostrar muitas partes das conversas, mas incrível anyway.
Aliás, o pessoal colombiano da minha sala (aqueles que me irritavam um tempo atrás) fez uma apresentação do país deles segunda feira, e eu percebi como todos nós somos marcados de certa forma. Da mesma forma que nós, brasileiros, somos reconhecidos no mundo todo pelo futebol e pelo samba (na maior parte das vezes), eles são reconhecidos pelas drogas e guerrilhas. Achei muito triste, e pela primeira vez acho que compreendi aquelas meninas. É foda ser previamente julgado seja como festeiro, drogado, arrogante, ignorante, ou seja qual for a label! Aqui na Europa eles são muito patriotas, cada país que você visita é o melhor ou mais bonito, e eles estão sempre prontos pra falar mal de seus vizinhos, mas pelo menos não são como nós que não damos valor nem pro nosso próprio país! Não acredito que eles estejam muito certos, mas nós também estamos longe de ser. 
Acabei de me lembrar de outro fato interessante... Ontem fui à um jogo de futebol: França x Uruguay, e acho que, frequentar estádios seria uma boa tese para um sociólogo (fica a dica)! Donc, estávamos nós, quatro brasileiros, no meio de um Stade de France abarrotado de franceses, e foi engraçado assistir àquilo, por que, só pra começar: os lugares eram marcados (no estádio inteiro!). Segundo, todos ficam sentados e o máximo de ação durante a partida é a "ola", ou alguns segundos de "Allez les bleues" sendo entoado pelo estádio todo, sem contar que quando acontece alguma coisa muuuuito importante como uma bola ao gol, ou falta (que aliás, tiveram umas 5, no jogo TODO) as pessoas batem palmas. Ninguém grita. Ninguém xinga em voz extremamente alta. Ninguém "nada". Para brasileiros, aquilo era bizarro mas, pra mim, totalmente aceitável, afinal é a cultura deles! Na Austrália era pior, eles só abriam a boca pra cantar o hino do time, no fim do jogo. Enfim, enquanto os outros reclamavam de tanta 'calma', eu achava tudo aquilo interessante, uai, cada um com a sua maneira de torcer! Não significa que nós amamos mais, ou menos, o futebol; somos, simplesmente, um povo mais caloroso ponto final. Isso também não nos faz melhor ou piores que eles, só diferentes!
Voilá, pra finalizar toda minha filosofia e, fique bem claro, que serei totalmente utópica nesse momento, seria muito mais interessante se todos fossem mais abertos para compreender cada modo de vida, cultura, passado e presente de cada povo, pois tudo seria mais fácil, por que é muito difícil já ser julgado antes de te conhecerem. Não, não sou boba e penso que todos deveríamos dar as mãos e cantar uma linda canção de paz, mas apenas um pouco menos de preconceito e mais mente aberta já seria suficiente...
Agora, je me vais parce que aujourd'hui est le jour de la sortie du Beaujolais Nouveau, um dos vinhos mais queridos aqui, e eu vou degustar o meu e sonhar com o meu mundo perfeito... Ciao!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Antes e depois

Acordei no meio da noite, como de costume, e comecei a pensar o que eu estava fazendo. Minha cabeça até doeu de tanto procurar motivos pra justificarem tudo isso. Depois de descartar todos os motivos plausíveis e racionais, cheguei a conclusão de que, algumas coisas, aliás, muitas, não precisam ter sentido; elas apenas devem ser. Eu vivo procurando motivo pra tudo, culpa desse meu gênio virginiana com ascendente em virgem, e me esqueço que tem muitas outras coisas pra aproveitar enquanto eu penso e me preocupo tanto!
<<...>>
Tentar, se arriscar, se jogar. Pode acabar não dando certo, mas pelo menos eu posso dizer que tentei. Pelo menos, eu não vou ficar me perguntando como "teria sido se..." Quebrar a cara faz parte da vida, nos faz crescer... nada mais útil pra esse momento de minha existência...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Home alone

Certa vez, em alguma coisa de numerologia que eu fiz, me foi dito que enquanto eu não souber viver sozinha, eu não serei capaz de viver com ninguém. Mas, por mais que eu goste de ficar sozinha, tem horas que eu adoro estar com pessoas! (Ufa, eu sou normal) E, morando aqui, eu estou sendo obrigada a aprender a viver sozinha. Acredito que nada acontece por acaso, então, pro meu primeiro mês aqui eu tive os amigos mais incríveis do universo pra me ajudarem num período de adaptação. Fui pra milhares de baladas, conheci milhares de lugares, fiz amigos do mundo todo... O verão foi acabando, essas pessoas voltaram para seus respectivos países, e eu fiquei aqui, nesse meu sonho prolongado. Comentei essa semana com um amigo como me sinto uma estranha no ninho aqui em casa... Moro com mais uma menina e constantemente temos mais gente aqui em casa, mas eu não consigo me sentir à vontade no meio deles. Me apaixonei, mas por alguém que não mora nem no mesmo país que eu... Resumo: sou obrigada a me acostumar comigo mesma. Essa é provavelmente a lição mais valiosa que eu vou tirar desse tempo, mas acho que também será a mais dura. Meu problema não é estar sozinha, e sim, não poder estar com as pessoas quando eu quero... ou mehor, não ter pessoas com quem eu queira estar. Já passei por isso antes, acho que é absolutamente normal, mas desssa vez não tem nem a mãe, a irmã e a cachorra pra serem as figurantes. Sou eu comigo mesma e ponto final. 
Oh! Pobre menina rica?! Nunca. Sorte de uma menina que está tendo a oportunidade de aprender coisas que outras pessoas levam uma vida toda pra saber como é. Sorte de ter condição e maturidade pra aproveitar ao máximo essa viagem. Feliz de poder ter consciência disso tudo!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Viajando com Murphy

1 hora da manhã. Acabei de entrar em casa. Isso pq eu deveria ter chegado às 21h. Um final perfeito pra um dia que começou às 6:14 da manhã com o alarme de incêndio do hostel tocando. To acabada, mas se não expressar minha indignação agora não vou nem conseguir dormir! Vamos lá. Depois da minha querida insônia ter me acopanhado a noite passada inteira, acordei com o catzo do alarme de incêndio tocando! Lá vai Beatriz, e umas 500 outras pessoas, sair do hostel, no FRIO, de pijama e havainas, levando apenas minha bolsa (Marc Jacobs, não dava pra deixar pra trás!) e quse chorando por ter que deixar minha mala no quarto... Okay. Meia hora e 2 caminhões de bombeiro depois, NADA! Foi um ser humano que não tinha mais oq fazer no meio da noite, que resolveu quebrar o alarme pra brincar! Tá, estou em Londres, último dia, foda-se. "Acordei" 2 hrs depois, deixei minha mala lá e fui aproveitar o dia, que por acaso estava lindíssimo... Não consegui entrar em nada devido às intermináveis filas, mas rodei horrores pela cidade e conheci um monte de gente... Peguei minha mala (que estava pesando 13 kilos, pq a bonitinha comprou uns 4 livros gigantes...) e fui pegar o ônibus pra ir pro aeroporto. Beleza, cheguei 2 hrs antes, fiz meu check in e fiquei dando uma volta... O vôo deveria sair de Londres 18:55. De repente, avisto aquela linda televisãozinha piscando e dizendo que o avião está com horário previsto para as 20:10. Ótimo, eu sem dinheiro, com fome e com um iPod quase sem bateria... 19:20 - vôo previsto pras 20:30... 20:15 - vôo previsto pras 21h. Muita turbulência e caras feias depois, chego em Paris. RER pra cidade, com a mala quase estourando, no ombro, bolsa e sacola. Frio. Espera. Chinesas perdidas. 2 baldeações e 4 andares até chez moi. Ufa! Opa, lembrei que tô com fome... Aliás, lembrei que a última vez que eu comi foi no almoço, às 13h. To indo atacar a geladeira... 

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Soh pra deixar todo mundo curioso: aconteceu a cena de filme!
hehehe....estou em Londres, quando voltar pra Paris conto a aventura do dia...
Bisous

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ensaio sobre a preguiça!

 Reclamo toda hora que não tenho oq fazer, mas isso é pura mentira. É tudo culpa dela, a preguiça, que me domina quase todos os dias. Paris, assim como São Paulo, tem milhares de coisas acontecendo o tempo todo, mas mesmo assim voltar pra casa depois da aula é irresistível, e quando já estou chez moi, sair de novo é praticamente impossível. Agora no inverno, a preguiça parece que chega pra ficar e não dar um segundo de paz. Tenho uma lista com aproximadamente 10 exposições que quero MUITO ir, mas cada dia tenho uma desculpa nova, e deixo pra depois... "Tudo bem, essa semana choveu muito, tava impossível de sair!";" Nossa, essa semana eu to gripada, o remédio dá sono"; "Patz, hoje tenho que arrumar a casa..." e por aí vai... Gostaria de ser uma pessoa mais disposta, mas acho que, talvez, isso seja genético, e serei assim pra sempre! Tenho preguiça de ir viajar, planejar o roteiro, fazer a mala, ir pro aeroporto, descobrir o que fica perto do que... Isso porque viajar é uma das coisas que eu mais AMO na vida! Ainda não tenho idade pra dizer que estou velha, mas parece que o cansaço está impregnado em mim...
Acho que por isso não consigo fazer regime, exercícios, manter meu quarto em ordem, ou ir para todos os lugares que eu gostaria... a preguiça é mais forte que todas minhas vontades... Tenho até um pouco de preguiça de mim mesma de vez em quando. Tenho preguiça de começar a fazer as coisas, mas depois de começadas, eu acabo adorando e me pergunto "Por que não fiz isso antes?!". Irônico demais pro meu gosto... Imagino que esse seja um mal moderno, nos acomodamos com o tempo, a rotina, o trabalho, amigos, namorados... e nesse meio tempo, a vida vai passando... passando... Um pouco irritante mas, preferimos reclamar do que resolver encarar essa droga de preguiça, e mandá-la pra longe. Triste, porém real pessoas...
Agora, preciso ir, pq tá me dando uma preguicinha de continuar a escrever......... =)

domingo, 19 de outubro de 2008

Sobre relacionamentos a distância...

Ficar longe de casa é difícil pra todo mundo, mas acho que é pior para aqueles que ficam. Pra quem vai, tudo é novo, cada dia é uma nova aventura, todas as pessoas são diferentes e potenciais amigos, cada situação diária é um desafio. O que acontece é que nada é novo pra sempre, portanto, nos acostumamos com a nova rotina. O mapa do metro, que era seu melhor amigo no primeiro mês, torna-se totalmente inútil, assim como o dicionário, o mapa e os guias da cidade. Agora você passa batido pelos monumentos, esquece a máquina fotográfica e nem liga pra isso... Quando isso acontece, sua nova cidade passa a ser sua nova casa, e você meio que esquece da sua antiga rotina, aquelas coisas parecem tão distantes que não fazem mais falta. Dai entra a dificuldade daqueles que ficaram lá. Enquanto estou aqui, conhecendo um monte de coisas, meus amigos e família do Brasil ainda se apegam a lembranças de uma rotina que pra mim deixou de ser real pouco a pouco. Tenho que tomar uma decisão quanto à minha volta, mas me pego pensando se devo ser egoísta, ou não. Acabei brigando (por esse motivo) com a minha irmã, que é simplesmente a pessoa mais importante da minha vida! Em compensação, conversei (sobre outras coisas) com duas pessoas que fazem parte da minha "nova vida", e tirei um peso enorme das costas, o que me deixou muito mais confortável aqui. Nesse momento me pergunto, e ai? O que vale mais a pena, aproveitar por alguns dias o resto da minha nova vida, ou voltar pra vida real de uma vez por todas?! Pra mim a resposta é óbvia, mas nesse momento, não sou apenas eu que estou nessa história, e tenho que pensar nos outros. Eu já fiz isso uma vez, e fui eu quem me magoei, mas será que vale a pena magoar os outros pela minha felicidade?! Parece estúpida essa pergunta, mas é o que tem tirado meu sono... 
Relacionar-se com seres humanos já é difícil, agora, estando longe, tudo piora. Apesar das maravilhas modernas, MSN, skype, e-mail..., nunca podemos esquecer que o contato visual e a linguagem corporal são coisas extremamente importantes numa conversa, e que sem isso, podemos entender as coisas de diversas formas, do jeito que nos melhor convier naquele momento. Detesto telefone, e sempre tive meus preconceitos com msn, mas atualmente eles são coisas que salvam, ou não, minha vida. Além do relacionamento a distância com aqueles que já conheço, tenho um com alguém que "mal conheço". Mais difícil e mais perigoso que os outros, esse relacionamento me deu diversos dias de dor de cabeça, que tenho certeza que a pessoa não tem nem idéia. Eu tenho uma imaginação incrível e mania de tentar interpretar todos os "sinais" mas, muitas vezes, acabo me convencendo de coisas que não existem em nenhum outro lugar, além da minha cabeça. De qualquer forma, acredito que as coisas só acontecem com a gente quando já estamos, de certa forma, preparados para encará-las. Pode parecer muito difícil no momento, mas faz parte da vida né minha gente? 

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Nostalgia

Estou gostando dessa coisa de ter um blog... Quem me conhece sabe, eu adoro escrever! Mas acho que só escrevo bem quando estou mal. É engraçado, mas parece que quando estamos  “sofrendo” nossos sentimentos são mais facilmente expressados. Lembro que na minha fase de “revolta contra o mundo”, logo que voltei do meu primeiro intercâmbio, eu escrevia com tanta paixão, tanta vontade de mostrar pro mundo tudo aquilo que eu estava sentindo, sofrendo... Parecia que tanta emoção não cabia dentro de mim! E, acho engraçado essa inspiração toda só acontecer quando estou triste, nunca em momentos de felicidade. Talvez porque esses momentos felizes sejam mais raros, portanto não quero dividi-los com ninguém! (Sim, sempre fui egoísta.)Quando eu era criança queria ser escritora, fazia meus “livros”, e tinha certeza que seria uma escritora famosa algum dia. Mas, acho que o tempo destrói nossas imagens infantis, e nos mostra que nada é tão fácil assim... Depois que cresci percebi que queria ser algum tipo de artista e, como escrever não era mais tão fácil, decidi ser estilista. Okay, dai vi que desenhar era muuuuuito mais difícil! Então, resolvi tentar a publicidade, mesmo não optando pela área de criação. Atualmente me encontro numa fase em que não sei catzo nenhum! Sempre que viajo espero descobrir um pouco de mim... mas, até agora, não descobri nada. E isso, como virginiana perfeccionista que sou, me deixa aflita. Queria me “achar” logo. Tenho inveja das pessoas que sempre souberam aquilo que queriam fazer... E, parece que nunca vou saber o que fazer... mas sei que isso é sofrer por antecedência, imagino que eu vou me achar em algum momento dessa existência...Até lá, fico nas minhas minhas tentativas, até o dia em que uma delas não será tão frustrada...

Voilá.


Hoje fui assistir "Blindness" (Ensaio sobre a cegueira). Já tinha lido o livro, e adorado, mas AMEI o filme! Lógico que me fez pensar mais sobre o comportamento humano, como esquecemos, às vezes, que somos animais e em situações extremas o instinto fala mais alto que o bom senso. Relações humanas são complicadas, o que aliás, me faz lembrar do filme que assisti ontem: "Bonecas Russas", de Cédric Klapisch. O filme fala basicamente sobre a dificuldade dessa brincadeira chamada amor... O personagem faz uma comparação com as bonecas russas, que continuamos a abri-las sempre imaginando qual será a última, mas não paramos de tentar. Boa definição pra vida de uma forma geral, penso eu, já que sempre estamos atrás de alguma coisa, buscando aquele dia em que estaremos satisfeitos. Dia, esse, que provavelmente não existe, considerando que sempre que alcançamos alguma coisa já temos novos objetivos pela frente. Tá, eu sei, é o ciclo da vida, mas me pergunto se alguma coisa nessa brincadeira toda faz sentido... Eu sempre quis morar sozinha, em Paris e aprender francês. Voilá, cá estou, mas mesmo assim não me sinto realizada. Agora falta alguém, falta eu me sentir bem comigo mesma, falta sentir que estou fazendo algo de útil. Não sou idiota de pensar que tudo que estou vivendo aqui é em vão, mas sinto falta de certas responsabilidades, como ir pra faculdade ou trabalhar. Vou pra escola toda manhã, e depois das 13h parece que a falta doq fazer me enlouquece. Provavelmente vc que está lendo isso e tem um suuuuuper trabalho da fac pra fazer, ou um monte de coisas no trampo, deve estar pensando que eu realmente surtei e quando voltar praí minha primeira visita será ao psiquiatra mas, imagina não fazer nada......................................................nada.........................................................nada..................................
Enche o saco, pq afinal existe aquele tal de ciclo da vida já citado anteriormente, e estando aqui parece que eu escapei dele, tirei férias da minha vida real, vim pra um sonho e tenho que ficar esperando até acordar e recomeçar tudo de novo... Gente, não estou reclmando, que isso fique bem claro! AMO morar aqui, ando na rua parecendo uma idiota sorrindo pra todos as crianças, velhos e cachorros!!! Estou apenas comentando como tudo aquilo que a gente reclama tanto pode fazer falta, e nós nunca paramos pra pensar nisso pq estamos ocupados demais. Acho que se tivéssemos férias o ano inteiro não iríamos aguentar, pq o ócio é muito mais pesado e chato do que a gente imagina. Bom, vou parar com a enxurrada de pensamento "filosóficos" e voltar a contar do meu dia....
Saí do cinema e fui pra mais uma incrível caminhada por Parisland... Cada dia escolho um lado da rua pra andar até o fim, e estou descobrindo tantas coisas! Sem idéia... Coisas que provavelmente passariam despercebidas se eu não tivesse tanto tempo livre (voilá, a parte boa da falta doq fazer). Estava passando por uma praça e tinha uma exposição de fotos de esportes, incroyable! Fiquei com muita vontade de melhor meus dotes fotográficos, que aliás, já fiquei muito tentada durante minha trip pra Barcelona (considerando que eu estava com um fotógrafo profissional e um 'amador'). Yuyu, vc vai me dar aulas quando eu voltar pra sp, prepare-se! =)
Que mais de útil... AH! Fui fazer compras, mas não pra mim, pro meu petit irmão mais lindo do mundo! Entrei numa ZARA Kids e quase morri de tanta coisa fofa em miniatura! Comprei umas coisas lindinhas, mto mignon!! To loca pra conhecer essa criaturinha nova... Meio triste não poder conhecê-lo ao vivo, mas acho que ele vai me perdoar quando crescer! hehehe
Ai,ai,ai... Cansei. Não gosto quando fico escrevendo por escrever... E, acho que isso já ta ficando chato demais... Donc, me despeço por aqui...
Au revoir!

(Foto: Sagrada Família, Barcelona)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Me irrita...


Acho que faz muito tempo que eu não escrevo, então, fiquei com vontade de postar aqui de novo... Provavelmente esse texto não vai fazer sentido algum pois serão pensamentos soltos, tipo uma análise mesmo... E, vc que está lendo, pode se considerar meu analista. (que dó de vc.) Se não entender nada, ou não estvier afim de ver o monte de loucuras dessa menina, pode parar de ler agora mesmo. 
Trilha sonora do momento: Coldplay "nobody said it would be so hard...I'm going back to the start". Acho que não acho muita coisa dessa vida, e isso às vezes me irrita um pouco. Aliás, muita coisa me irrita muito, o tempo todo, e isso me irrita profundamente. Na minha sala de aula tem 4 garotas colombianas que me irritam, simplesmente por serem diferentes demais. Não é a diferença que me irrita, na verdade é a falta de interesse, as críticas à Paris o tempo todo, reclamações constantes, o fato delas rasgarem as folhas que recebemos durante as aulas assim que bate o sinal, a falta de respeito com os professores e com os outros alunos, a miopia delas de não terem noção da oportunidade que estão tendo podendo viver aqui. É, isso me irrita muito, pessoas que vêm pra cá e não procuram se habituar ao novo. Eu me pergunto, qual será o motivo delas terem vindo tão longe se não querem aprender nada?! A maioria das pessoas que conheço aqui, brasileiros, mexicanos, colombianos e venezuelanos preferem se fechar em seus grupinhos nativos e não se misturam nem com os outros "latinos". Durante meu primeiro mês eu fugi de todos eles, o tempo todo, e posso dizer que fui muito bem sucedida, e que foi meu melhor tempo aqui até agora. Tudo bem, não falava francês o tempo todo, pois saía com alemães, suíços, italianos e holandeses que falam muito bem inglês, portanto era muito mais fácil pra todo mundo se comunicar em uma língua mais conhecida. Mas, pelo menos eu estava conhecendo novas pessoas, tão diferentes de mim, mas que me ensinaram muito dos valores delas, de seus países, de suas culturas. Tá vendo, não é a diferença que me irrita, é a indiferença. Depois que esses meus amigos do primeiro mês foram embora fiquei meio sozinha, porque prefiro descobrir uma cidade diferente todo dia do que não descobrir nada. Prefiro sair andando sem rumo e parando onde eu quiser, do que ficar sentada num pub cercada de gente que não vai me acrescentar coisa alguma.
Outra coisa que me irrita é ter pouco contato com as pessoas daqui... Por eu gostar tanto de conhecer culturas diferentes não entendo como eles não possam se interessar por conhecer pessoas que vieram de tão longe, de países tão distintos. No prédio que eu estudo existe uma faculdade (com franceses de verdade!), mas eles preferem nos olhar e dar risada, como se fossemos uns seres bizarros e ignorantes que estão lhes incomodando simplesmente por estarmos respirando o mesmo ar que eles. Eu tenho ótimas experiências quando falo com as pessoas em lojas, restaurantes, meus vizinhos, etc, mas os jovens são muito preconceituosos... Isso me deixa um pouco triste, mas não posso fazer nada a respeito... Continuo com minhas andanças por Paris, torcendo pra que um dia aconteça uma cena de filme comigo e eu conheça uma pessoa incrível sentada num café, no metro ou esperando que a sessão do cinema comece. Enquanto isso não acontece, sigo com minha vida parisiense, até demais... sozinha, até demais... Pensando, até demais...

Lição 1: limpando ralos (mas, em paris)


Decidi criar esse blog pra poder contar minhas aventuras parisienses... A idéia me ocorreu alguns minutos atrás, quando eu fui tomar banho e meu box se tornou uma banheira. Diagnóstico: ralo entupido. Plano de ação: Beatriz teria que limpá-lo. Enquanto fazia essa linda tarefa de retirar cabelos de um ralo (para melhor visualização dos leitores: eu, de luvinhas de borracha laranja, fazendo cara de nojo e quase vomitando), me lembrei de todas as pessoas que me dizem diariamente que têm inveja de mim, por eu estar morando aqui. Imaginei que elas iriam agradecer cada segundo suas residências, com suas empregadas e seus zeladores, se estivessem no meu lugar nesse momento. Aliás, duvido que alguém morra de inveja de ter que tirar lixo todo dia, lavar louça 3 vezes ao dia (pq os pratos realmente são como coelhos, se multiplicam na velocidade da luz!), de ter que ir ao supermercado a pé, de morar no quarto andar sem elevador (e, subir com aquelas compras do supermercado!), de não ter secadora nem guarda roupas, de pegar metrô lotado todo dia, de tomar chuva pq os taxistas se recusam à te levar até sua residência pq desconhecem o endereço...
Realmente, apesar de tudo isso, óbvio que tento me lembrar o tempo todo que estou em Paris, e é fácil quando estou andando pela rua e vejo todos esses prédios fofos com flores nas janelas, vejo as folhas caindo pq estamos no outono, compro meu almoço e vou comer no Jardin de Luxembourg, fazia pic nics à beira do Sena, sento em um café e fico observando as pessoas na rua...vou à exposições incríveis o tempo todo, vou pra todos os cantos de metrô e pego um avião e em duas horas estou em qualquer outro país incrível!
Paris é Paris... mas o sonho não é tão constante quanto eu sonhava... O sonho é vida real, e vida de gente grande, vida que eu não conhecia até então. E, como todas as vidas, às vezes dói, faz sofrer, angustia e me deixa ansiosa pro dia acabar logo... Mais, c'est la vie! E, venhamos e convenhamos, sofrer em Parisland é muito mais chique... =)