terça-feira, 20 de outubro de 2009

Mulheres de Larsson

Aqueles que convivem comigo já sabem que estou absolutamente viciada na trilogia de Stieg Larsson, Millenium. Estou indicando e emprestando para quem quiser e for fã de um bom suspense. Havia alguns anos que não grudava dessa maneira num livro, e estou até lendo em ritmo lento para não acabar logo e eu ficar órfã (sim, pessoas viciadas em livros fazem isso quando a história é muito boa, eu não sou a única maluca do mundo!). Aliás, eu descobri recentemente que trata-se de uma trilogia somente por que o autor faleceu assim que terminou esses três livros, mas que ele escrevia simultaneamente 10 volumes!!!! Ou seja, 7 ivros inacabados... triste, muito triste mesmo...
De qualquer forma, depois dessa declaração tiete vamos ao motivo pelo qual sentei aqui para escrever: as personagens femininas de Larsson, Lisbeth e Erika. Lisbeth é a antiheroína mais fascinante que já existiu! Ela é uma garota de 24 anos, com 1,50m, branquela, com tatuagens, e um super complexo com seu corpo. Já Erika é uma mulher de 45 anos, bonita, editora de uma importante revista de investigação financeira, casada há 20 anos, que liga para seu marido para dizer que vai passar a noite na casa do amante, pois tem claro para si, e para os dois homens da sua vida, que um a satisfaz na cama e o outro em todos outros quesitos de convivência. Essas duas mulheres, tão diferentes entre si, tem algo que me faz admirá-las.

Para mim, elas são o reflexo da mulher atual, uma pessoa normal, com problemas normais, mas que ainda assim arranja tempo para fazer coisas fabulosas. Entre outros problemas da nossa sociedade contemporânea, o que mais me irrita é essa visão de "super mulher", que tem que ser tudo ao mesmo tempo e ainda parecer incrível para seu homem no final do dia. Acho que o feminismo tomou um rumo totalmente equivocado, nós podemos trabalhar e ter direitos iguais aos dos homens, mas que coisa mais ignorante pensar que temos que ser perfeitas em tudo! Não aguento ler revistas que nos dizem o tempo todo como atingir um certo ideal: corpo perfeito, mãe perfeita, profissional perfeita, esposa perfeita, dona de casa perfeita, ícone de moda.... BLAH! Lisbeth e Erika representam essas novas mulheres, que a meu ver estão começando a aparecer, aquelas que tem suas inseguranças, não correspondem a ideais de beleza nem a padrões machistas, não se vestem como a última capa da Vogue mas, conseguem ser independentes e inteligentes, vivendo sua vida de acordo com os seus parâmetros e não os dos outros.

É difícil viver sem um ideal a ser seguido, eu sei, mas por que nossos ideais tem que ser tão iguais?! Eu acabo de definir que meu novo ideal de mulher não é nem a it girl da Vogue, nem a atriz principal da novela das 8, muito menos a modelo número 1 do mundo, e sim as mulheres de Larsson, que estão me fazendo perceber muuuuitos outros lados de ser "eu mesma".

Um comentário:

Marotinho disse...

Depois desta narrativa sobre estes livros, fiquei bem curioso, acho que vou ter que pegar emprestado um dia destes.

Beijos
ps: Continua escrevendo que vc faz isso muito bem.