terça-feira, 17 de março de 2009

Mudanças...


Poderia contar, como fato marcante em minha vida, algum de meus intercâmbios (Austrália, em 2004 e França, em 2008), mas escolhi contar sobre meu retorno para o Brasil que, em nenhum desses dois casos foi fácil. Por acaso, estou lendo um livro sobre emigrantes, e a facilidade de regressar é o que estimula muitas pessoas hoje em dia a saírem cada vez mais de seus países, tanto que intercâmbios tornaram-se extremamente comuns.
Muitas pessoas tem dificuldade em sair de casa, encarar outra cultura, estar em outro país sem conhecer ninguém, ter medo da língua local, ter saudade da família e amigos, entre outros; mas eu sempre me motivei com todos esses aspectos da experiência internacional. Sempre quis sair de casa, saber como outras pessoas vivem, sentir saudade das pessoas que amo para poder valoriza-las. Entretanto, ninguém nunca havia me dito como seria difícil retornar para casa! Quando voltamos percebemos o quanto mudamos e como aquela realidade, que parecia absoluta, tornou-se apenas mais uma das inúmeras opções de vida.
Quando voltei da Austrália, tinha apenas 16 anos, então foi o momento perfeito para aplicar toda minha “rebeldia” e dramas, típicos de adolescentes dessa idade. Não queria estudar nem voltar a falar com as pessoas. Sentia falta da liberdade que tinha em Melbourne, onde eu saía e voltava pra casa quando queria, era responsável pela limpeza do meu quarto, das minhas roupas, organização do meu dinheiro. Recentemente, mais precisamente em janeiro passado, voltei depois de seis meses em Paris e posso afirmar que, com 21 anos, estou encarando ter voltado de uma forma completamente diferente.
Aprendi que nada é eterno na vida, e apesar de adorar minha liberdade internacional, voltar para nossa casa é sempre bom. Dessa vez me senti mais segura, não choro de saudade o tempo todo e sei que essas experiências duram o suficiente para tornarem-se inesquecíveis. Estou me readaptando porque, além do baque da volta, muitas coisas mudaram radicalmente esse ano, estou estudando à noite, procurando estágio, aprendendo a lidar com duas famílias e um novo irmão. Creio que mudei demais em ambos os casos, mas é impressionante como alguns anos podem nos fazer ver a mesma situação sob pontos de vista tão distintos. Atualmente lembro com saudade de tudo que passei na França, mas percebi que a vida continua, independente do país em que estou.

2 comentários:

Cymbalta disse...

cha cha cha changes!!!! la la la larirara

ficou ótimo bibous, estou na torcida! beijomelida

Marotinho disse...

ai como eu queria escrever tão bem como esta criatura!!